quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Passarinho

Na confusão eu te encontrei. Manipulei, e consegui você ao meu lado. Entreguei-te meu amor, meu carinho, meu sorriso. O que mais eu posso te dar?

Às vezes me perco nos teus olhos escuros. Esses olhos, que por trás do amor, transparecem tanta insegurança e medo. Neles eu vejo um oceano no meio da noite. Mar de segredos. Ondas que me arrastam prontas pra me afogar. Mar gelado, ondas de amor e possessão.

Olhe pra mim, veja minhas cores. Sinto-me como um passarinho que cantou e te encantou. Voei pros teus braços, quis ficar no teu calor. Você tentou me prender, queria me manter entre grades. Eu não poderia cantar, estaria sozinha. De que me serviriam as asas se não poderia voar?

Perdida em pensamentos, percebo que num claustro eu nunca poderia ser tua, porque não existiria mais nada de mim.


M.A.L.L.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Minha dor de cabeça

É tão fácil magoar quem a gente ama.

Usei meus truques, perfumei-me, arrumei meu cabelo, surgi com aquele sorriso no rosto. O vento soprava enquanto eu acariciava sua pele. Minha mente se atrapalhava com tanta informação.

Eu queria seus beijos, mas só recebi minhas lágrimas.

Eu queria seu corpo no meu, nossos corpos impregnados de amor. Ilusão. Meus olhos vermelhos já não negavam minha tristeza. Não me notou. Não me sentiu. Não sentiu.

Respondi suas perguntas com perguntas.

Eu queria ser sua droga, mas sou fraca demais. Entreguei-a meu coração, agora ele está destruído. Eu me pergunto o que fazer, como estancar essa ferida ensangüentada.

Rasguei a noite, fugi enquanto o vento me despenteava. Estava entorpecida, já não ouvia o barulho da cidade. Não senti mais nada.

Tantas lágrimas escorreram. No entanto, ela nada pôde sentir. Então, o amargo inundou minha boca, meus sonhos se foram. Eu tinha planos, mas eles evaporaram com sua desgraça.

Tudo o que eu tenho agora é minha dor de cabeça.

M.A.L.L.

sábado, 7 de agosto de 2010

Vazio

Sente-se vazio. Busca em vão alguém que o complete. E assim vai se entregando a cada pessoa que encontra no caminho. Busca infeliz, cheia de gente, mas solitária.
Julga ter encontrado a pessoa certa. Julga de novo, de novo e de novo. Está sozinho. Percebe, mais uma vez, aquele vazio. Aquele vazio que não o abandona. É como uma ferida aberta, infeccionada e dolorida.
Olha-se no espelho, pergunta-se qual o problema, o que tem de errado. Ele não sabe que só quem se ama está pronto para amar. Não sabe que esse vazio nunca poderá ser preenchido por outra pessoa.

M.A.L.L.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A noite e ela

Você a ama. Você a quer. E você sabe que vai sofrer. Ela tem um olhar meigo e marcante, aquele olhar que fez muitos se perderem. Você sabe que aqueles olhos estão prontos pra fazer você se perder.
Foi a primeira lágrima que você derramou por ela (por você)... foi só a primeira.
Mais uma noite embriagado, quantas doses se foram, você já não sabe. Você anseia aqueles beijos, aquele corpo, aquele corpo que você quer que seja teu, mas é só uma ilusão. Ela é linda, e você não consegue apagar aqueles olhos e sorriso convidativos.
Chegou em casa sozinho.
Já está amanhecendo, e você ainda a deseja. Seria um crime não querer aquela mulher. Olha de novo para o relógio, já está tarde (cedo). Ela é do tipo que fará você sofrer, mesmo assim você se entrega. Teu lado meio masoquista que nunca te abandona.
E assim o dia vai surgindo.
Você ainda sente o gosto dela na tua boca enquanto se entrega a mais uma noite (manhã) de sono.

M.A.L.L.