quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Pela estrada


Ela caminhava sozinha há muito tempo por vários caminhos, curvas perigosas e corações partidos. Ela tinha sua trilha sonora, que a acompanhava em suas desventuras de menina. Foi numa noite deserta, sem vento e sem música que um predador avistou tal garotinha com seu vestido preto e olhos indecifráveis. Ela disse um boa noite tão seco que só deixou o rapaz com mais sede. “Ela não me quer”. Pensou o rapaz sedento de carne. Ela ignorava seus gestos convidativos, afinal, qualquer um serviria para aperitivo e a mocinha não estava interessada naquela noite. Mas ele não ia desistir tão fácil assim, não ia deixar de experimentar tal pele branquinha. Sentaram numa mesa de bar. No início foram poucas palavras, martinis rolaram até o silencio frio se transformar em risinhos. Era a hora certa de pegar a moça e roubar-lhe tudo o que tinha. Ela entendeu e largou um sorrisinho de “você venceu”, mas antes de se levantar da mesa do bar, trancou a chaves seu coraçãozinho de porcelana. Saíram numa rua estreita iluminada apenas pelo luar, e o brilho se espalhava pelo corpo dela deixando-a cada vez mais apetitosa. O lobo apressou seu passo, e rapidamente atraiu a mocinha para o seu covil. Abriu a porta e o cheiro de homem tomou a garota. Eles rolaram no meio da bagunça, cascos de cerveja e roupas usadas. Beijaram e se amaram até a exaustão tomar seus corpos. Ela foi abrindo os olhos e já não via mais um predador, via um homem cheio de desejos e com um sorriso que a deliciava. Enquanto ele se vestia no banheiro, ela já se sentia totalmente idiota colocando as chaves embaixo da cama dele.

M.A.L.L.

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