Eu não posso, eu não devo, eu não vou. Eu repeti “não” pra
mim incansavelmente. Pudor, consciência, certo, errado, medo. Eu quis tanto
manter o controle que eu tropecei nas minhas correntes. Não sei se eu imaginei
tudo... Um tudo que é tão pouco. A música me invadiu e eu me perguntava como
uma coisa tão certa pode ser tão errada. Baixei os olhos e guardei aquele
formigamento crescente. Você arde por outra enquanto eu queimo por dentro.
Te dizem o que fazer, te dizem aonde ir... E tudo o que eu
quero é deixar acontecer.
Quando você está perto de mim eu fico em brasas, quando você
fala comigo até o último gelo se derrete. Em segundos teus lábios nos meus como
uma tortura deliciosa, o suficiente pra não se esquecer. Fui embora, soltei a
respiração. Fugi de você, mas não posso fugir de mim. Quantas das minhas
regrinhas ainda vou quebrar? Estou no limite de mim.
M.A.L.L.

