sexta-feira, 4 de maio de 2012

Linha de fogo


Eu não posso, eu não devo, eu não vou. Eu repeti “não” pra mim incansavelmente. Pudor, consciência, certo, errado, medo. Eu quis tanto manter o controle que eu tropecei nas minhas correntes. Não sei se eu imaginei tudo... Um tudo que é tão pouco. A música me invadiu e eu me perguntava como uma coisa tão certa pode ser tão errada. Baixei os olhos e guardei aquele formigamento crescente. Você arde por outra enquanto eu queimo por dentro. 

Te dizem o que fazer, te dizem aonde ir... E tudo o que eu quero é deixar acontecer.

Quando você está perto de mim eu fico em brasas, quando você fala comigo até o último gelo se derrete. Em segundos teus lábios nos meus como uma tortura deliciosa, o suficiente pra não se esquecer. Fui embora, soltei a respiração. Fugi de você, mas não posso fugir de mim. Quantas das minhas regrinhas ainda vou quebrar? Estou no limite de mim.


M.A.L.L.

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