Ela falava de amor, ele falava de sexo. Chegou a um ponto em
que o diálogo silencioso se perdeu em meio aos corpos que se entregaram. Ela
fez amor, ele transou loucamente. Ele virou e dormiu, ela passou a noite
acordada imaginando como se libertar dessa relação. Ele roncava enquanto ela
beijava delicadamente cada centímetro do seu corpo adormecido.
Ela queria ser a única a dormir naquela cama, mas ela não
tinha direitos de se meter na vida dele. Ele estava mais pra um nômade sexual,
enquanto intimamente ela me parecia uma integrante do MST doida pra tomar posse
daquele terreno. Já há algum tempo ela observava esse território sem dono que
não poderia ser seu, e isso gritava na sua cabeça.
Às vezes me questiono o porquê dela ter adentrado numa
relação que no final sempre causa dor. Ela gosta de aventura, ela vai até o fim
mesmo sabendo que vai terminar com os olhos cheios de lágrimas. Meio masoquista
e infantil, definitivamente uma tola romântica.
Ele foi acordando, infiltrando suas mãos no corpinho que
estava na sua cama. Ele ainda pensava em sexo, ela ainda tinha esperanças de
amor. Ele apertou suas coxas que até machucou aquela pele macia. Ela beijava
seu pescoço com amor, e deixou ele se saciar até o fim. Por fim, ele beijou os
lábios da menina e disse que ela era ótima. Ele foi tomar banho, ela deixou de
sorrir. Ela não queria ser “ótima”, não queria ser um brinquedo, mas isso não
estava em suas mãos. Resolveu criar vergonha na cara pelo menos naquele
momento, vestiu-se e foi embora sem se despedir.
Na semana seguinte, acordou de novo na cama dele.
M.A.L.L.
M.A.L.L.
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