segunda-feira, 6 de junho de 2011

Reticências do Sr.T

Mais uma vez ele me escapou. Vírgulas, exclamações, eu não quero ponto final. Eu queria jogar com o Sr.T, mas agora eu vejo que eu sou o brinquedo, e parte de mim adora isso. Trágico. Eu quis, eu busquei, eu estava lá com todo o meu corpo gritando pelo dele. Poucas palavras passaram por nós antes dele descarregar sua energia em mim. Queria mais beijos, mais corpo, mais carinho, mas tudo se evaporou tão rápido que eu mal pude acariciar aquele cabelo preto. Agora eu estou aqui sozinha com meus fantasmas, desejos e lembranças. Seus olhos inquisidores nos meus, minhas mãos vagando na sua pele gostosa. Seus braços me apertando e minha respiração no seu pescoço. Eu me jogo nesse labirinto de informações, onde eu me perco e me machuco. E como quem aprecia a dor, eu cedo aos meus desejos patológicos que me fazem parar no meio da tempestade, eu traço caminhos, caio na tentação. Mais uma vez eu vi o Sr.T partir e me deixar com esse sentimento esquisito. Quando meus olhos o perderam de vista, duas lágrimas quentes escorreram. Uma por ele deixar esse vazio dentro de mim, e a outra pela minha deficiente auto-preservação. Suspiros. Me tranco no meu quarto com o que resta dele em mim, seu perfume impregnado no meu corpo e seu gosto na minha boca. E como não estamos mais entre parênteses, vou dormir com mais reticências na cabeça.

M.A.L.L

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