domingo, 24 de abril de 2011

Sem Tempo


Eu me olho no espelho, e não sei o que eu sou. Nem eu me entendo completamente. Vontade de chorar até me desmanchar, mas minha enxaqueca já me causa dor suficiente. Mordo os lábios e tento recordar meus passos, meus erros. Fecho os olhos, e não consigo lembrar como tudo aconteceu. Isso é estranho porque eu não estava drogada ou bêbada, era apenas eu.  Eu sei que eu tenho esse lado masoquista, eu sei que eu tenho que controlá-lo para não provocar minha autodestruição. Eu quis vê-lo, isso já faz de mim uma estúpida. Eu quis vê-lo não sei exatamente porque, mas eu quis e fiz isso. E agora eu não consigo distinguir meus próprios sentimentos. Não é só uma sensação de tristeza, é mais que isso. É uma dor, como se um pedaço de mim tivesse sido arrancado, mas não sei que pedaço é esse. O Sr.T é só um safado, ele tocou minhas pernas só pra ver o desejo em meus olhos. Ele mordeu minhas coxas, e eu queria beijá-lo. Nada feito. Comecei a vê-lo de outra forma, de um jeito mais objetivo. O que eu poderia ser para o Sr.T é a questão. Uma garotinha, uma safada, mais uma diversão. Não gosto de me ver dessa forma, mas prefiro parar de fantasiar. É isso, e ninguém nunca disse que não era, por isso não posso culpar ninguém a não ser eu mesma por ser uma cretina. Não sou o amor nem a amante, seria uma amiga? Acho que não, devo ser uma fantasia divertida, ou nada. Por que eu deveria ser alguma coisa? Por que eu deveria me importar? Cretina. Ele me abraçou antes de ir, um abraço rápido como se a gente tivesse acabado de se conhecer. O Sr.T parece meio perdido, espero que encontre o caminho. Vou tentar não pensar nele. Talvez a gente se fale de novo, talvez nossos corpos se encontrem de novo, ou não. O que eu sei agora é que eu vou cuidar de mim, cuidar para não ficar perdida no tempo, no Sr. Tempo.

M.A.L.L

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