Eu me olho
no espelho, e não sei o que eu sou. Nem eu me entendo completamente. Vontade de
chorar até me desmanchar, mas minha enxaqueca já me causa dor suficiente. Mordo
os lábios e tento recordar meus passos, meus erros. Fecho os olhos, e não
consigo lembrar como tudo aconteceu. Isso é estranho porque eu não estava
drogada ou bêbada, era apenas eu. Eu sei
que eu tenho esse lado masoquista, eu sei que eu tenho que controlá-lo para não
provocar minha autodestruição. Eu quis vê-lo, isso já faz de mim uma estúpida.
Eu quis vê-lo não sei exatamente porque, mas eu quis e fiz isso. E agora eu não
consigo distinguir meus próprios sentimentos. Não é só uma sensação de
tristeza, é mais que isso. É uma dor, como se um pedaço de mim tivesse sido
arrancado, mas não sei que pedaço é esse. O Sr.T é só um safado, ele tocou
minhas pernas só pra ver o desejo em meus olhos. Ele mordeu minhas coxas, e eu
queria beijá-lo. Nada feito. Comecei a vê-lo de outra forma, de um jeito mais
objetivo. O que eu poderia ser para o Sr.T é a questão. Uma garotinha, uma safada,
mais uma diversão. Não gosto de me ver dessa forma, mas prefiro parar de
fantasiar. É isso, e ninguém nunca disse que não era, por isso não posso culpar
ninguém a não ser eu mesma por ser uma cretina. Não sou o amor nem a amante,
seria uma amiga? Acho que não, devo ser uma fantasia divertida, ou nada. Por
que eu deveria ser alguma coisa? Por que eu deveria me importar? Cretina. Ele
me abraçou antes de ir, um abraço rápido como se a gente tivesse acabado de se
conhecer. O Sr.T parece meio perdido, espero que encontre o caminho. Vou tentar
não pensar nele. Talvez a gente se fale de novo, talvez nossos corpos se
encontrem de novo, ou não. O que eu sei agora é que eu vou cuidar de mim, cuidar
para não ficar perdida no tempo, no Sr. Tempo.
M.A.L.L

Matando carências, sublimando vontades...
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