segunda-feira, 16 de maio de 2011

Insônia


Ele saiu sem se despedir, nem ao menos fechou a porta. Deitei no granito frio, as lágrimas escorriam e molhavam meu cabelo assanhado. Passei horas tentando me convencer de que ele voltaria pela manhã, atravessaria aquela porta e me tomaria nos braços de novo. Ele não veio, fui obrigada a continuar a vida com um sorriso imaginário nos lábios desertados.
Foi tão sutil que eu mal percebi quando estava perdendo partes de mim. Começou roubando meus pensamentos, meu amor, logo depois até minha respiração ficou diferente. Tomou minhas razões, meus motivos, quebrou minhas regras. E depois de tudo, me deixou sozinha com minhas ilusões.
Agora com esse gosto amargo na boca, eu tento fechar os olhos e me desligar das emoções que me dominam, porque sou estupidamente passional e não consigo simplesmente expulsar a imagem dele da minha mente. Me reviro na cama, que agora parece tão grande, sem conseguir acalmar esses olhos vermelhos e esse coração dolorido.
Estou aprendendo a respirar como se deve, estou aprendendo a não ter que fingir um sorriso. Tento convencer meu coração que ele só deve fazer sístole e diástole numa tentativa de me sentir livre de novo, sair dessa prisão que eu criei, quebrar essas grades de sentimentos de mão única. Já é hora de despejar esse passado, fechar a porta e me deitar para ter uma boa noite de sono.

M.A.L.L.

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