Ela caminhava sozinha há muito tempo por vários caminhos, curvas
perigosas e corações partidos. Ela tinha sua trilha sonora, que a acompanhava em
suas desventuras de menina. Foi numa noite deserta, sem vento e sem música que um
predador avistou tal garotinha com seu vestido preto e olhos indecifráveis. Ela
disse um boa noite tão seco que só deixou o rapaz com mais sede. “Ela não me
quer”. Pensou o rapaz sedento de carne. Ela ignorava seus gestos convidativos,
afinal, qualquer um serviria para aperitivo e a mocinha não estava interessada
naquela noite. Mas ele não ia desistir tão fácil assim, não ia deixar de
experimentar tal pele branquinha. Sentaram numa mesa de bar. No início foram
poucas palavras, martinis rolaram até o silencio frio se transformar em
risinhos. Era a hora certa de pegar a moça e roubar-lhe tudo o que tinha. Ela
entendeu e largou um sorrisinho de “você venceu”, mas antes de se levantar da
mesa do bar, trancou a chaves seu coraçãozinho de porcelana. Saíram numa rua
estreita iluminada apenas pelo luar, e o brilho se espalhava pelo corpo dela
deixando-a cada vez mais apetitosa. O lobo apressou seu passo, e rapidamente
atraiu a mocinha para o seu covil. Abriu a porta e o cheiro de homem tomou a
garota. Eles rolaram no meio da bagunça, cascos de cerveja e roupas usadas.
Beijaram e se amaram até a exaustão tomar seus corpos. Ela foi abrindo os olhos
e já não via mais um predador, via um homem cheio de desejos e com um sorriso
que a deliciava. Enquanto ele se vestia no banheiro, ela já se sentia totalmente idiota colocando
as chaves embaixo da cama dele.
M.A.L.L.








